domingo, 20 de abril de 2014

Matemática Eleitoral, por Lena Giomarães

Veja, começa assim o artigo da jornalista Lena Guimarães deste domingo (20), do Jornal Correio da Paraíba:

“A cotação de uma vaga nas chapas majoritárias, especialmente a de Senador, está variando igual ação na Bolsa de Valores, com demanda diretamente relacionada à competitividade dos puxadores de votos, ou seja, os candidatos a governador.

O governador Ricardo Coutinho já fechou parceria com o PSD, mas não falta quem arrisque palpite de que Rômulo Gouveia mudará de posição, que seu lugar é na vice, onde poderia realmente atrair votos de Campina Grande para o pessebista. Mas, com o segundo maior tempo de propaganda entre as legendas sem candidato a governador, o seu partido tem força para garantir a vaga que desejar.

Esperando o PT, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) protelou conversas em torno das vagas de vice e Senador na sua chapa, esta última reclamada pelo presidente do PR, deputado Wellington Roberto, parceiro dos peemedebistas nas últimas campanhas. Contudo, completar a chapa seria fechar todas as portas com o partido de Dilma e Lula, dono do maior tempo de rádio e TV, sem falar no peso do governo federal e seus programas sociais num estado pobre como a Paraíba.

A candidatura de Cássio Cunha Lima dividiu o bloco governista e o debate decorrente tem favorecido a polarização com Ricardo Coutinho e atraído os que torcem contra o PSB ou simplesmente enxergam no tucano as melhores chances de chegar ao poder. Por isso, a disputa pela vaga de senador pode até rachar o seu partido. Enquanto Cícero Lucena reclama o direito de disputar a reeleição, Cássio quer a candidatura para um aliado que viabilize sua campanha, contribuindo também com o tempo de propaganda.

O nome preferido para senador é o de Wilson Santiago, do PTB, que levaria junto PP e PSC. Na análise dos marqueteiros, agrega mais do que Cícero, que não tem tempo de TV (já é do PSDB) e nem prefeitos a somar. Os mais radicais ainda advogam a tese de que seria pendência jurídica demais para uma chapa só.

Num cenário onde teremos uma verdadeira confusão ideológica, já que é possível ter na mesma chapa ‘Dilmistas’, ‘Aecistas’ e ‘Eduardistas’, esta será uma eleição onde a matemática pode ter mais utilidade do que a capacidade de formação e defesa de propostas. Força nos municípios e estrutura serão decisivas. Por isso, quem não tiver estará fora.”

Vale o desperdício de um naco do seu domingo. 

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